2009/06/19

Escombro
A saudade avança feito um batalhão
a vida que há se enche de lembranças
e viver é um recortar e colar de instantes idos
no instante presente que sufoca o instante próximo

O batalhão avança cheio de fantasmas bêbados
fantasmas mortos e vivos
fantasmas de um mesmo homem que enfrenta o próprio batalhão
numa guerra silenciosa que lhe risca o rosto
e quão mais longe for
e mais longa for a jornada
maior a luta contra si mesmo
e o mundo e toda a gente
não passa de figura pálida colada sobre o branco da memória

Na guerra de agora sobre o que já foi
o homem junto ao próprio batalhão
sangra e chora em silêncio
atravessando as fronteiras do vasto mundo que há em si
na trincheira de um quarto escuro
- ou de um quarto claro que ofusca -

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2 comentários:

Naira Cibele disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luna disse...

acheeei tu.

.DDD

gritos a fora