
Sonho embriagado
A luz da noite deitou-se sobre o dia e acordou sonhos bêbados
A elegância decrépita retomou o passo de um bolero antigo
e a fantasia fechou os olhos para correr no vão do pensamento
no descampado da saudade
Derrete-se o gelo no amargo do trago tornando doce as dores que se embalam num sonho repetido
que a cada noite torna-se possível
e que a luz do dia zomba, despreza
tornando risível o charme embriagado, a elegância ultrapassada.
Mas a cada noite a luz falsa de botequim torna real a fantasia bêbada
de uma velha dama de maquiagem borrada
que senta e pede um drinque
e com nobreza repassa o mesmo instante
Que há muito já foi.
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