2009/11/30

Sonho embriagado

A luz da noite deitou-se sobre o dia e acordou sonhos bêbados

A elegância decrépita retomou o passo de um bolero antigo

e a fantasia fechou os olhos para correr no vão do pensamento

no descampado da saudade

Derrete-se o gelo no amargo do trago tornando doce as dores que se embalam num sonho repetido

que a cada noite torna-se possível

e que a luz do dia zomba, despreza

tornando risível o charme embriagado, a elegância ultrapassada.

Mas a cada noite a luz falsa de botequim torna real a fantasia bêbada

de uma velha dama de maquiagem borrada

que senta e pede um drinque

e com nobreza repassa o mesmo instante

Que há muito já foi.

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